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Infestação de mosquitos do gênero Bradysia em Manaus

MANAUS – Um fato incomum surpreendeu os moradores de Manaus neste fim de semana. Um surto de mosquitos invadiu casas em diversas regiões da cidade. De acordo com o pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas na Amazônia (Inpa), José Albertino Rafael, que estuda insetos há 38 anos, esses animais são do gênero Bradysia e o surto, é uma ‘estratégia de sobrevivência’.

A quantidade de insetos chamou a atenção e levou pessoas a postarem fotos da proliferação nas redes sociais. José Albertino Rafael afirma que foi uma surpresa até para ele que trabalha com essas espécies. “Esses animais sempre foram encontrados em baixa densidade populacional. Eu vivo em Manaus há mais de 30 anos e nunca vi um surto dessa espécie na cidade”, disse o pesquisador. Sobre o surto, o pesquisador disse que o que aconteceu é parte de uma estratégia de sobrevivência que alguns insetos utilizam.

A estratégia

A vida desses mosquitos é dividida em duas fases: a forma de larva e a de mosquito. A fase de larva representa quase 90% do período de vida desses seres que costumam habitar lugares úmidos. Num período específico do ciclo de vida dessa espécie, as larvas, simultaneamente, se transformam em mosquitos e saem para se reproduzir.

Surge então uma grande quantidade de mosquitos que voam em busca de acasalar, distribuir os ovos e no final desse percurso morrem. “Os mosquitos não se alimentam. Eles só estão nesse período de vida [em forma de mosquito] para reproduzir e logo morrem. Por isso, várias fotografias mostram os insetos já mortos”, disse José Alberto.

Outros seres também utilizam dessa estratégia. Em Manaus, algumas espécies de mariposas, em determinada época do ano, surgem em grande quantidade utilizando o mesmo artifício. A tática tem um alto aproveitamento e assegura que espécies se mantenham mesmo ambientes hostis.

O porquê

De acordo com o pesquisador, ainda é muito cedo para afirmar o que desencadeou de maneira tão inusual esse aumento na espécie. Causas ambientais e climáticas, como diminuição no número de predadores da espécie ou a transição do período de inverno a verão na Amazônia pode ser um dos fatores levados em conta.

Uma das possibilidades com mais evidências é que o aumento aconteceu, de acordo com o pesquisador, por causa do insuficiente saneamento básico da cidade. “O saneamento é ruim. Em muitos bairros a água corre pela sarjeta, e por causa da geografia do local, acabam acumulando em poças. Esse é o ambiente ideal para algumas espécies do gênero. O fato de serem atraídas pela luz, faz com que elas se dirijam para a casa das pessoas e lá morrem”,explica.

Para José Albertino o mais importante é salientar que os insetos não causam doenças e que vão servir de alimento para outras espécies, retornando ao equilíbrio natural. “Animais como morcegos e algumas aves noturnas vão equilibrar a balança, e em breve não vamos mais vê-los por aí”, destaca.

Fonte: Portal Amazônia

Luiz de Junior

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